terça-feira, outubro 21, 2008

Como é que lidamos com a critica?





No dia a dia somos sujeitos a vários tipos de relacionamentos e criticas. Umas são construtivas outras destrutivas. È inevitável esta exposição na interacção com as outras pessoas, é rpeciso recordar que na comunicação não existem “mundos perfeitos”, “nem castelos com príncipes ou princesas”. A maioria dos seres humanos reage defensivamente à crítica. Por ex. porque ouvimos tanto falar na “guerra dos sexos”? Porque é que fugimos à critica, mesmo que seja construtiva?
Em muitos casos possuímos memórias e recordações, quando crianças, onde fomos fortemente criticados permanecendo um enorme desconforto emocional na idade adulta. Desenvolvemos a crença sobre a crítica que é “Uma coisa ”. Na realidade, não precisa de ser.
Revela-se importante diferenciar a critica do “deita abaixo” que resulta daquilo que os outros são ou dizem e aquele tipo de critica que pode ser construtiva e uma mais-valia para nós e para as outras pessoas significativas à nossa volta capaz de gerar confiança (feedback genuíno, sem julgamento, e saudável). Para isso precisamos, em primeiro lugar, saber avaliar as verdadeiras crenças por trás das nossas palavras (honesta e realista). Avaliar as nossas opiniões, emoções e comportamentos. Depois as opiniões dos outros. No final. somos os únicos responsáveis pelas nossas acções.
Em muitos casos, as crianças não aprendem a se auto avaliar se os adultos somente afirmarem (regras rígidas) que determinado comportamento está certo ou errado, sem haver uma explicação legitima, compreensiva e adequada. Por vezes, as consequências impostas às crianças (castigo) são desproporcionadas em relação ao comportamento considerado problema, pelo adulto. Elas ficam assim dependentes dos outros para se auto avaliarem em vez de aprenderem a se monitorizarem pelos seus próprios padrões (princípios e crenças).
Precisamos de desenvolver os nossos próprios padrões de comportamentos (auto conceito- certo e errado), caso contrário, ficaremos sujeitos e expostos á critica negativa e destrutiva dos outros. Por exemplo, se diariamente afirmarem que não somos um/a bom parceiro/a na relação ou incompetentes em certa área específica do nosso trabalho, embora possamos discordar, é muito provável vir a acreditar nessa critica negativa com a agravante em se começar a justificar determinada atitude e/ou comportamento. Nestas situações se não houver uma dose extra de auto estima será uma tarefa árdua efectuar uma auto avaliação correcta, positiva e realista.
Infelizmente, ao longo da vida continuamos a ouvir estas “mensagens” (criticas internas negativas - erros cognitivos que condicionam). Podem existir mensagens tão disfuncionais, destrutivas e constrangedoras que reforçam um conceito individual negativo. Na idade adulta, também se pode depender de relacionamentos (figuras autoritárias e manipuladoras) que reforçam a critica destrutiva interior. Ex. situações podem variar entre o abuso verbal e em ultimo grau; o abuso físico. Acaba-se por realmente acreditar nessas mensagens destruidoras.
Eis alguns exemplos mais evidentes: “És mesmo estúpido/a…”,“ És mesmo feio/a…”, “ Não consegues fazer nada de jeito…”, “A tua irmã/ão é melhor que tu…”, “ Só fazes asneiras…”; “És um/a falhado/a, não vales nada… ”; “Não prestas para nada…”. Se estas mensagens destrutivas forem inseridas no nosso consciente; sentimo-nos impotentes, rejeitados e frustrados.
Os nossos padrões e mecanismos de auto-monitorização são em muitos casos ineficazes e escassos. Muitas pessoas consideram que aquilo que fazem não é bom suficiente. Exigem sempre mais e mais, tornam-se demasiadamente auto-críticos e perfecionista. Ficam relutantes em admitir os seus erros e tornam-se imediatamente defensivos e nalguns casos agressivos verbalmente. Neste sentido, estamos a preparar um “caminho” em que acreditamos que “ Somos realmente maus...”. Este é uma das razões pela quais as pessoas encontram problemas em lidar com a raiva. Caso manifeste o sentimento de raiva, reagem imediatamente magoados e rejeitados.
Algumas dicas para se libertar da critica destrutiva
Para aprender a identificar e a enfrentar a crítica, seja de que tipo for, é necessário adquirir aquilo que designo de “alicerces individuais” – princípios morais e espirituais, não religioso sem dogmas e divindades. Estes padrões serão a forma como você irá avaliar, de forma a aprender a libertar-se dessas mensagens disfuncionais (crenças- erros cognitivos que condicionam). È importante identificar em que situações e com que tipo de pessoas essas mensagens surgem. Por ex. figuras autoritárias ou manipuladoras.
Também pode criar afirmações positivas pessoais baseadas nas suas características que gosta e/ou que sente necessidade em melhorar.
Eis alguns exemplos:
“Sou uma pessoa valida e importante.”
“Gosto de mim tal como sou.”
“A minha realização pessoal depende de mim.”
“Só por hoje vou gostar de mim e proporcionar um momento de bem-estar e paz interior.”
“Dou o meu melhor e ninguém fará melhor que isso.”
“Sou um ser humano. Tento dar o meu melhor. Por vezes faço coisas que me proporcionam sucesso e realização pessoal assim como também por vezes cometo erros. Ninguém é perfeito.”
Esteja atento/a às mensagens destrutivas (erros cognitivos que condicionam).
Identifique quanta vezes utiliza “Tenho” e “Devo” no seu vocabulário.
Oiça as críticas construtivas e saudáveis. Centre-se nas soluções em vez de nos problemas
Aparência física. Identifique as suas características positivas e aquelas que gostaria de melhorar.
Faça uma lista de coisas e pessoas pelas quais se sente grato, poderá incluir competências e qualidades pessoais.
Faça jornais diários onde pode registar e analisar os seus diálogos internos (mensagens criticas e destrutivas)
Desenvolva relações de confiança e genuínas que permitam um apoio valido quando surgem dúvidas e questões que não consiga monitorizar sozinho. Peça ajuda, é OK.
Grande parte das respostas aos nossos problemas reside dentro de nós mesmos. Não conseguimos modificar os outros aos nossos desejos e/ou vontades. Podemos ser uma referencia e assim ser uma influencia positiva ou negativa. Não existem relações nem pessoas perfeitas. Se os outros nos desiludem nós também desiludimos os outros.

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